Praça das desilusões
Eduardo Lima
“Duas vogais, duas
consoantes e dois idiotas!” Simplesmente essas palavras se resumem em uma só:
amor!
Ontem, estava eu sentado
na verde grama da praça, quando de longe avisto um mancebo, andando
vagarosamente. Pele clara, vestes pretas, semblante triste. Finalmente,
senta-se no banco próximo ao pé de laranjeira. Era primavera, e as flores
exalavam um agradável perfume. Não tão-somente isso veio a inspirar-me, mas sim
o contraste da beleza e harmonia das flores, com o semblante cabisbaixo do
rapaz.
Sucintamente, o moço, que
aparentava ter de vinte a vinte e cinco anos, tira uns versos de Camões do
bolso. Abre, e começa a lê-los. Daí recorda de uma certa jovem. Esta era
esbelta, cabelos ruivos, olhos escuros como caroço de fruta-do-conde. Aquelas
recordações com certeza o fariam chorar mais tarde.
Lembrava-se da primeira
vez em que a viu; lembrava-se do seu primeiro beijo com ela. Ah, como foi
prazeroso para ele! Recordava-se de suas pernas e lábios trêmulos; a cabeça, sem
reação; o coração palpitando alegremente com prazer de sentir seus lábios
encostados ao dela.
Súbito, como um torpedo,
muda de expressão. Suas sobrancelhas retraem-se, seus olhos tomam a feição de
um falcão que se prepara para emboscar a presa. Está deduzindo um suposto
adultério por parte dela. Não! Ela não poderia fazê-lo. Pensa bem. Lembra-se das promessas, das juras e dos
votos feitos um a outro, do olhar dela, do doce gosto de seus beijos, do seu
jeito de falar.
Mais uma vez muda de
expressão. Decide ir embora. Devolve os versos ao bolso de onde saíram.
Vagarosamente, dá o primeiro passo e segue adiante, chorando cabisbaixo.
Meu intimo ri-se...
pobre mancebo! Estava lidando com o amor. Coitado! Vai rezar pra esquecê-la,
mas o amor não vai deixar; não vai deixar!
Fama e
dinheiro em excesso, valem à pena?
Felipe
Silva
Hoje em dia ser famoso é sonho de muitos.
Muitos querem ser atores, jogadores, entre outros. Mas, você não fica famoso do
dia para o outro.
Para
quem sonha ser ator ou atriz, o primeiro passo é fazer peça de teatro .
Muitos
jovens sonham ser jogador de futebol, por que ficam famosos e ganham muito
dinheiro, no entanto no futebol, tem que ter sorte e oportunidade, por que você
pode ser um jogador de pelada ou até mesmo jogador de seleção brasileira. No
mundo atual, muitos jogadores de futebol entraram no mundo das drogas por causa
de muita fama e dinheiro.
Com
fama e dinheiro em excesso, você esquece de tudo, dos seus amigos e até às
vezes de sua família. Você pensa que está na lua. Tem coisas que você não pode
esquecer: em primeiro lugar Deus; em segundo, a sua família, por que a família
é o alicerce da sua vida , ela que te apoia e aconselha.
Fama
e dinheiro não são tudo. Tudo é você ter boas amizades e uma família
estruturada.
A velhice
João Vicente Lopes
No
último quarto de uma vila morava uma velha. Ela sempre estava zangada e mal
humorada, não suportava ouvir o barulho das crianças brincando, não suportava
nada!
Fico
a pensar, o que deveria ter tornado aquela senhora tão infeliz, era raiva dos
filhos? Saudades do falecido marido? Não sei.
A
única ocupação daquela senhora, pobre senhora, era ficar de portas fechadas,
alisando um gato ou fazendo crochê. Ela se inquietava por qualquer coisa.
Aquela velha sofria de um problema, velhice. Nunca pensei que envelhecer era
deixar de viver.
Numa
manhã de domingo o dia parecia calmo até que aquela mulher percebeu quer o seu gato tinha sumido, sabe o
que isso significa? A vida dela tinha sumido. Ela saiu em busca do seu mascote,
quando de repente começou a chover forte e ela caiu no chão, perdeu os óculos e
foi arrastada pela lama até chegar a desmaiar. Quando ela acorda escuta vozes
de crianças. Ainda confusa ela olha e vê rostinhos felizes, curiosos e sujos de
lama. As crianças estavam lhe observando e conversando a seu respeito, uma
delas disse: Coitada! Ficou tanto tempo naquele barraco amarrada àquele gato e
aos crochês que desaprendeu a viver! E hoje não sabe nem sair num dia de chuva!
Então ela começa a chorar, e suas lagrimas misturaram-se com a lama, e por um
momento ela se lembra de sua infância, de sua adolescência. No seu intimo ela
se envergonha das palavras daquela criança que mal começou a vida e já sabe tanto.
A senhora levanta-se e com ela uma nova
visão, a de que velhice não é solidão e sim experiência.